quinta-feira, 31 de março de 2011

Ciências complementares

Por Márcia De Luca
 


Segundo os livros sagrados do Hinduísmo, os Vedas, Yoga e Ayurveda são ciências irmãs que caminham juntas há milênios para o benefício da humanidade. Enquanto Ayurveda é a ciência védica da cura do corpo e da mente, que depende da auto-transformação; yoga é a ciência védica da auto-transformação, que depende do bom funcionamento do corpo e da mente. Ou seja, as duas disciplinas são interdependentes e quando associadas têm seus efeitos potencializados.

Da raiz sânscrita yug, Yoga significa unir e refere-se à junção de corpo, mente e espírito em um contínuo único, que por sua vez se conecta ao espírito ou consciência universal. Essa união é simultaneamente o destino da prática e o meio para se chegar lá – o caminho que se faz ao caminhar.

Quando o eu individual, jiva, une-se à pura consciência, Brahma -- realidade imutável que libera o espírito do sentido da separação –, o ser humano liberta-se de maya, a ilusão do tempo, espaço e causa, e atinge samadhi, estado de autoconsciência e felicidade plena que é o objetivo final do yoga.
Na verdade, tudo na vida é yoga na medida em que toda vida tem como objetivo consciente ou inconsciente a reintegração com o cosmos. Yoga é uma maneira de tomarmos consciência do movimento natural de abandono do individual para voltarmos ao todo.

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sexta-feira, 25 de março de 2011

O poder dos arquétipos



Trecho do livro Ayurveda Cultura de Bem-Viver, de Márcia De Luca


Um arquétipo existe como potencial e fica estagnado até que seja desencadeado por uma situação no ambiente ou no insconsciente do indivíduo. Pode também ser conscientemente desencadeado por meio da intenção.

A ativação de um arquétipo liberta estados de energia, informação e percepção que reestruturam os acontecimentos. Todas essas forças são movidas pelo infinito poder de organização do universo – que opera fora das leis de tempo, espaço e casualidade. Esse poder é o maestro da orquestra que rege a sincronicidade – as famosas coincidências que de acidentais não têm nada, pois são criadas por nós mesmos.

Detentores de todo o conhecimento védico, os grandes rishis, sábios indianos, eram também os principais guardiões do conhecimento e da memória sobre as lendas de Mahabharata - a Grande Índia.

Essas lendas ou mitos dão significado às nossas vidas, criam um padrão cultural, uma visão de idealismo a ser aspirado. Servem também como uma ponte entre aquilo que é e aquilo que será ou poderia ser, alimentam ansiedades coletivas, desejos coletivos e uma imaginação coletiva. Conhecendo os mitos, adquirimos ferramentas que nos propiciam enfrentar todas as situações e passagens de nossas vidas de maneira mais sábia.

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Márcia De Luca é praticante, estudante e professora de Yoga e Ayurveda, autora de diversos livros sobre o assunto e idealizadora do Ciymam – Centro Integrado de Yoga, Meditação e Ayurveda.

Peso Perfeito

Por Márcia De Luca

Os seres humanos estão, em geral, extremamente preocupados com o problema do excesso de peso.

Para alguns de nós existem realmente boas razões para esta preocupação e para outros não. Mas mesmo quando alguém tem preocupações válidas sobre seu peso, as ações tomadas como resultado são muitas vezes ineficazes e até mesmo perigosas para a saúde.

Existe uma confusão de atitudes que nos deixam incrédulos quanto às possibilidades para mudanças positivas: dietas de ataque, exercícios extenuantes, desordens alimentares, tais como anorexia e bulimia e o efeito "ioiô" que segue às dietas podem ser um perigoso risco para sua saúde.

Inteligência natural
Segundo Ayurveda, o sistema de cura mais antigo do mundo, nossos corpos não são só estruturas sólidas como parecem, mas sim rios de inteligência, informação e energia, constantemente se renovando. O corpo humano é muito mais um processo do que uma “coisa” propriamente dita e o que importa então é o seu funcionamento. Nosso corpo está constantemente mudando e existe dentro de nós uma inteligência que controla esta mudança, a mesma inteligência que controla as mudanças da natureza.

Você consegue perceber como a natureza é perfeita e organizada? Se você observá-la e seguir seus sábios ensinamentos, o resultado será o mesmo em você: perfeição e organização.

Portanto é importantíssimo aqui reorganizar o conceito de “ponto de referência”, tirá-lo de fora e transferi-lo para dentro. Os “pré-conceitos” determinados pela sociedade sobre o padrão ideal de beleza não devem ser mais importantes do que esta inteligência que existe e governa o ser humano. A partir de agora usaremos então a “autorreferência”. Devemos aprender a ouvir os sinais de conforto e desconforto que esta mesma inteligência nos manda. Utilize então quatro palavrinhas mágicas: atenção, intenção, conforto e desconforto. Estas atitudes gerarão uma ação espontânea que será a correta para você. Em outras palavras, você deve ouvir a sabedoria da sua própria natureza.

Atenção e intenção
Uma dica eficiente é começar a prestar atenção no medidor do seu “nível de fome”. Tome o sério compromisso de obedecer este conceito: imagine que o seu estômago é um tanque de gasolina mensurável de zero a dez.

O conceito básico é que você coma apenas e somente quando estiver com o estômago vazio. Qualquer alimento que for ingerido sem fome estará automaticamente sendo metabolizado como ama (que em sânscrito quer dizer toxina) e não como energia.

Portanto, preste atenção nos sinais da sua inteligência interior e coma quando você estiver realmente com fome, ou seja, quando o nível do seu tanque de gasolina estiver no nível dois. Com o tempo você sentirá prazer com a sensação de estar com o estômago levemente vazio.

Pare de comer quando o marcador estiver no nível sete, permitindo assim que os alimentos tenham espaço suficiente para serem devidamente metabolizados.

Coma realmente quando você estiver com fome, mesmo que seja em horários diversos. Com o tempo o seu corpo acostumará e você terá fome nas horas certas. O ideal é, no futuro, comer nos mesmos horários todos os dias.

Márcia De Luca é praticante, estudante e professora de Yoga e Ayurveda, autora de diversos livros sobre o assunto e idealizadora do Ciymam – Centro Integrado de Yoga, Meditação e Ayurveda.